quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Fases


Aos 15 anos tudo o que eu queria era estar em lugares com muitas pessoas, vários amigos, com a roupa da moda e tinha vergonha de quase tudo que pudesse me fazer pagar algum mico.
Aos 25, eu já era mãe, ainda queria estar em lugares com muitas pessoas, selecionava mais os amigos, ainda queria estar na moda e já começava a ficar sem vergonha.
Os 35 anos ainda não chegaram, mas aos 33 já sou mãe de três filhos, tenho pavor de lugares com muitas pessoas, os vários amigos se transformaram em poucos, estar na moda se transformou futilidade, um livro me satisfaz e me dá muito mais prazer do que uma blusa, calça ou bolsa de “marca” e estou totalmente sem vergonha. Filhos e idade têm esse poder sobre a gente, tornam a vida mais simples e acabamos percebendo que o que antes era motivo para vergonha é tão somente a nossa verdade, quem somos realmente.
Pode ser que aos 35 muita coisa já tenha mudado por aqui de novo, mas hoje aos 33 tenho certeza de que sou feliz assim e que apesar de ter os meus momentos de solidão “necessária” é entre os meus que quero estar, que é com a minha família que me sinto bem e completa. E sem sombra para dúvidas quero meus filhos sempre aqui perto de mim (os de duas e quatro patas).
Por isso, acostumem-se!
Onde eu estiver vai ter barulho de criança, correria, muita risada e brincadeiras (muitas vezes fora de hora). E quando vier a minha casa, não estranhe, com certeza vai ter brinquedos espalhados pelo chão, mão suja (muitas vezes na sua roupa), risada e choro altos, cachorro cheirando e muita felicidade com pequenas coisas. Mas, sinta-se à vontade para fazer o mesmo, coma com a mão, limpe-a na roupa, ria alto, chore se tiver vontade, cheire o cachorro (com certeza ele não vai se importar). Mas, por favor, só não se esqueça de ser verdadeiro e espontâneo como as crianças e os cachorros, assim com certeza você sempre será bem vindo ao nosso lar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sobrevivo



Tórpida sensação
Mistura de sentimentos
Mórbida inspiração
Busca constante
Corrói o coração
Vazio que não se preenche
Triste ilusão
Na vida
Só desilusão
Mas fui eu que escolhi
Viver nesta solidão
E a melancolia em mim
Permanece
Destrói feito furacão
E eu cada vez mais confusa
Num turbilhão de pensamentos
Não tenho paz
Não vejo a calmaria se aproximar
Meus versos perdem a rima
As palavras perdem o sentido
E a dor
Cada vez maior
Aqui
Em mim
Se instala
Enraíza
Brota feridas
Abre cicatrizes
Dilacera
E eu
Aqui sozinha
Sobrevivo
Me acostumo
E penso
Que se não for assim
Nesta confusão de sentimentos
Talvez eu não consiga viver

givana mendhes